Soja não transgênica ganha espaço no MT

27/10/2014 00:14

 Soja não transgênica ganha espaço no MT

6 de Fevereiro de 2014

O cultivo de soja não transgênica volta a ganhar espaço no Mato Grosso- maior produtor do grão no Brasil. Segundo estimativas da Associação Brasileira dos Produtores de Grãos Não Geneticamente Modificados (Abrange), atualmente cerca de 23% da soja plantada no estado é não transgênica.Na safra 2012/2013 esse percentual era de 18%. “Esse crescimento gradativo se deve a um prêmio que vem sendo pago pelo mercado consumidor internacional”, explica César Borges de Souza, presidente da Abrange, mencionando que o produtor de soja não transgênica recebe US$ 3 amais pela saca do grão no mercado internacional. “O principal mercado da soja convencional brasileira é a Europa, mas também há embarques de grãos para alguns países asiáticos como Japão e Coreia do Sul. E o cultivo é desenvolvido por médios e grandes produtores nacionais”, explica.

De acordo como presidente da Abrange, apesar da remuneração amais, o cultivo de soja não transgênica enfrenta desafios. “O primeiro é a oferta de sementes. O mercado foi dominado pelas sementes transgênicas — que são mais caras—e nem sempre é fácil encontrar o produto convencional no mercado. O outro obstáculo encontrado pelo produtor é a falta de espaço para armazenagem e separação do produto transgênico, que não pode ser misturado ao não transgênico”, explica. Souza afirma que na Europa é grande a aceitação do produto convencional porque há um grupo expressivos de consumidores preocupados com o equilíbrio do Meio Ambiente e o consumo de produtos mais naturais. “O cultivo da soja não transgênica é uma ótima oportunidade de negócio para produtor brasileiro porque agrega valor à produção e porque há uma grande demanda internacional do produto, que não pode ser suprida pelos Estados Unidos—que praticamente não dispõem de volume de produção para exportar—nem pela Índia, maior concorrente do Brasil nesse mercado especial, porque o país tem baixos índices de produtividade”, diz, mencionando que na última safra o Brasil produziu 9 milhões de toneladas de soja não transgênica, contra um total de 3 milhões registradas pela Índia. “Praticamente toda a produção nacional de soja convencional é exportada. Somos líderes na exportação de farelo, lecitina e proteína concentrada”, ressalta. “Pouco da produção brasileira fica no Brasil, mas a terceira marca de óleo de soja mais vendida é a Purilev, que é fabricado apenas com soja convencional”, frisa.

Além do mercado promissor e bem remunerado, o produtor Roger Rodrigues, que cultiva somente soja não transgênica numa propriedade rural de 2,5 mil hectares em Diamantina, Mato Grosso, ressalta que é bom manter a produção convencional para que o produtor rural tenha opções. “É importante não ficar totalmente dependente das sementes transgênicas, cuja tecnologia é dominada por três empresas multinacionais”, afirma. Rodrigues, que é também diretor financeiro da Associação Brasileira de Produtores de Soja( Aprosoja-MT), lembra que, ao utilizar as em entetransgênica, o produtor precisa pagar royalties a essas empresas, o que onera os custos de produção. “O produtor adora uma novidade e logo que foi permitido o cultivo de soja transgênica no Brasil, rapidamente essa tecnologia agrícola dominou a área cultivada no país.Tanto que o cultivo do produto convencional é maior no Mato Grosso e bem tímido em outros estados”, explica, relembrando que as primeiras sementes transgênicas comercializadas no Brasil prometiam gerar plantas resistentes ao uso de glifosato, um herbicida muito utilizado no cultivo da oleaginosa que prejudicava a produção. Mas logo foram lançadas sementes com outras características, como a resistência à pragas. “É bom ter opções, e poder comparar os desempenhos de produtividade. Hoje sabemos que a soja convencional tem o mesmo índice de produtividade que a soja transgênica. Contudo, os produtores perderam a referência porque nos EUA praticamente toda soja produzida é transgênica”, diz.

"A cultivo da soja não transgênica é uma ótima oportunidade para produtor porque agrega valor e há uma grande demanda internacional que não pode ser suprida pelos EUA e pela Índia”
Cesar Borges de Souza - Presidente da Abrange

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